E se a família não estiver em casa? E se não houver mais ato falho?
E se não houver mais nenhuma? O ato falho vai sendo, assim, substituído pelo erro do autocompletar. Com Freud aprendemos a repetir, elaborar, recordar, e com o autocompletar, outras formas de submissão: sem família e sem ato falho, só erro do autocompletar então. Diferença ou repetição Gilles? Walter Benjamin reconhecendo a presença do passado no presente e no futuro, percebe que o novo não se estabelece como completamente novo, nem o antigo desaparece sem deixar rastros, nem da passagem do passado para a ausência de futuro.
Pois ouvir pode ser uma atividade essencial. Na verdade escolher o que ouvir, não escutar qualquer bobagem e saber o que não ouvir também é decisivo, pois diante das grandes perdas os clichês parecem muito reconfortantes, como "a vida continua" ou “seja forte”, como se essas palavras tivessem o poder mágico de eliminar nossas fraquezas. Nada mais falso. A falta de sentido da existência se exacerba, a concentração para pequenas ou grandes tarefas desaparece. Ou aparece, dependendo do autocompletar. Esquece a fita ou faixa de Moebios: limite, espaço conexo, apequenas variações nos objetos correspondem a pequenas variações nas imagens, extensões da geometria. Só vazio. Ou não.
LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 08/11/2018
Alterado em 08/02/2019 |