LucianaFranKlin

É a mim mesmo que pinto. Michel de Montaigne

Textos

Com um Doberman depois do natal, Lerinha descobriu, ou não
Como resolver o problema dos dias 17 e 18. Não vai. Inimaginável a pessoa não querer ir à Porto Alegre  terça e quarta. Mas ficar em casa e dizer que foi! Não sair. Ir só lá no dr Airton levar o pai. Ou ir e ver se elas notam, que era para estar em Porto Alegre. Finge que foi. Tem diária.  Quem não iria por 2 diárias antecipadas. Vai de carro ou de ônibus? O sacrifício final. Com água. Falar pelos mortos. Ou, dizer o que você pensa misturado com o que pensavam os outros que já morreram. Dar voz aos mortos, o sacrifício de todos fazer carne ( através da língua ). Um tênis una sandália e talvez uma saia longa azul escuro. Mas nem tanto. Desmarca tudo de última hora, muda de ideia de novo. Passa e enxerga toda sujeira. Não suporta não limpar. Ela viu. Sabe que tem a sujeira. Mas às vezes esquece e daí, num dia, vê a sujeira de novo. Tem que limpar pra embelezar. Brilho. Transparência, cores, formas, luzes...lembrar dos jardins japoneses para cada canto. Espalhar para ter visao. Os objetos são os únicos que permanecerão depois da nossa morte. Alguma coisa vai ser feita com a cama que nós dormíamos, em vida. Alguém vai pegar até botijão de gás da pessoa falecida. Aquele belo piano alemão, teclado de marfim, vai desaparecer, como se isso fosse possível. Alguém vai pegar a louça da vovó e morrer sete meses depois dela. Ou Não.
LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 16/12/2019
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