Menos os nomes de rua. Porém terão somente a materialidade de um nome de um morto, ou morto vivo. Ou vivo.
Marcílio Dias, Barão do Triunfo, Botafogo, Saldanha Marinho, José de Alencar, Barão de Guaíba, depois é o morro. "Toninho pega o balainho, tens que fazer umas compras que só lá no Viabonense, quase na Azenha, tem".
Entrava pela Marcílio Dias e ia, ia ,ia. No Viabonense já levava uma lista, porque trazia o que era pouca coisa, pacote de manteiga ia na balança, tirava o que queria e pesava, embrulhava e dava. A erva mate colocava num pacote e embrulhava também. Tudo era pesado. Não tinha embalagem. Era tudo a granel, enlatado era azeite, vidro não tinha. Eu deixava uma lista das coisas que precisava e eles traziam em casa. Eles vinham com uma bicicleta com uma roda pequena na frente Levava a cesta para as coisas que a vó Isaura precisava na hora. Deixava a lista para eles entregarem depois o rancho. Não era de comprar pouquinho em cada vez. Era mensal. Recebia o dinheiro e comprava tudo que precisava. Vinha lenha, ferramentas, tudo.
Durante o governo Borges de Medeiros não havia agências de banco a não ser no centro de Porto Alegre. Banco do  Brasil tinha um, depois fizeram outra agência na Farrapos esquina com a São Pedro e está até hoje lá. Mais tarde fizeram outra agência do Banco do Brasil na avenida Eduardo, hoje Presidente Hoosevelt. A avenida Getúlio Vargas era chamada de Treze de Maio. Como a avenida da Legalidade, até pouco tempo era Castelo Branco. Não admito trocar nome de rua. Muda um regime querem mudar o nome da rua? Deveriam, então, ter trocado a Getúlio Vargas. Mas não tiveram força para trocar, vontade tiveram.
Mas lá na frente onde fica "la muerte", seremos esquecidos, mesmo os nomes das ruas? Ninguém sabe quem foi o patrão do meu bisavô Arlindo. Quem sabe que o nome da rua do Colégio em São Roque é meu bisavô. Quem sabe que a minha mãe foi uma pessoa alegre, inventiva, criativa, excelenfe professora de língua portuguesa, reproduzia imagens de flores e paisagens como ninguém, temos quadros lindos pintados por ela. Mas serão todos esquecidos, Lorenzo? Sim dtíínda!!! Nosotros.