Experimento de Harlow em Barbacena ou no CAPSDr. Harlow utilizou os macacos rhesus em sua experiência, uma espécie asiática que se acostuma muito facilmente à convivência com os seres humanos. A intenção era estudar seu comportamento em laboratório para comprovar a teoria do apego de Bowlby. Como era de se esperar, Harlow separou os filhotes de suas mães para ver como eles reagiam. Havia dois objetos nas gaiolas onde os filhotes estavam: uma mamadeira que lhes proporcionava uma alimentação adequada e uma pelúcia, um boneco, que se assemelhava a um macaco adulto. A pelúcia não tinha nenhum tipo de recurso alimentício para oferecer ao filhote. O resultado mostrou como os filhotes preferiam o boneco, apesar dele não lhes proporcionar nenhuma alimentação. Eles se agarravam ao boneco quando tinham medo, pois ele proporcionava uma grande segurança a eles e isso permitiu a Harlow comprovar como a relação/apego é tão importante entre os filhotes e suas mães. Apesar de não alimentá-los, escolhiam o boneco para que ele adotasse o papel de mãe. Eles preferiam passar seu tempo com o boneco. O outro objeto era um mero alimento que não lhes dava calor nem carinho. Depois os colocou em espaços ainda menores, nos quais havia apenas comida e bebida, pois assim ele poderia observar como eles iriam se comportar em absoluto isolamento. Muitos macacos ficaram meses presos dentro destas pequenas gaiolas, alguns até mesmo anos, privados de todo estímulo social e sensorial, começando a demonstrar alterações em seu comportamento, fruto de todo esse isolamento e os que ficaram um ano presos entraram em estado catatônico, se mostrando passivos e indiferentes a tudo e a todos e quando chegavam à idade adulta, não conseguiam se relacionar com os demais, não encontravam parceiros, não tinham nenhum tipo de necessidade em procriar e, em algumas ocasiões, sua passividade lhes fazia deixar de comer e beber. Muitos morreram. O experimento deixou claro é que as necessidades dos macacos foram muito além da obtenção de alimento ou da possibilidade de descanso. Para um desenvolvimento saudável, os filhotes preferiam suprir a necessidade de “calor” antes de suas necessidades nutricionais. Por outro lado, com essa experiência também ficou clara a importância que as primeiras relações têm no comportamento dos macacos em sua fase adulta. Assim, viu-se que a privação de um estímulo social em idades muito jovens fez com que os macacos deixassem de ter interesse por este tipo de contato mais tarde, quando tinham a oportunidade. Levando estas conclusões aos seres humanos, as crianças (e depois os internos do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, a 500 quilômetros de São Paulo, ou o Hospital São Pedro ou Colônia Itapolã em Porto Alegre, pacientes dos CAPS também) que não receberam o afeto necessário desde pequenas, ou que se viram isoladas ou que são rejeitadas, tendem a ter maior dificuldades em desenvolver relações saudáveis, sendo uma falha que não pode ser apagada, que deixa carência afetiva e uma necessidade de buscar por alguém que lhes proporcione “a qualquer preço” aquilo que não tiveram durante seus primeiros anos de vida. LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 06/10/2022
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