LucianaFranKlin

É a mim mesmo que pinto. Michel de Montaigne

Textos


"Os livros mais profundos e mais inesgotáveis terão sem dúvida sempre algo do caráter aforístico e súbito dos Pensamentos de Pascal".

Nietzsche, Fragmentos Póstumos 1884- 1885, 35(31) (KSA, XI, p. 522).

 

A figura de Blaise, sempre provocou em Frederich uma reação e abundam em sua obra as referências respeitosas e admirativas ao “gênio” de Blaise enquanto filósofo.  O reconhecimento da importância de Blaise pensador enquanto irmão da mesma família de Frederich enumera as suas afinidades com aquele que chamou, o “único cristão lógico”.

 

Blaise é para Frderich como um modelo vivo é para o pintor: o amor pela vida que Blaise irá sacrificar para se devotar a Deus consiste, para Frederich, em uma terrível consequência própria ao cristianismo, a saber, levar à ruína almas fortes e belas, como a de Blaise.

 

Entretanto, é exagerado ver em Blaise apenas uma alma invalidada pela doutrina cristã. O próprio Frederich ultrapassa essa visão resaltando os atributos de um cristianismo que se tornou humano na figura de Blaise, que reunia “fervor, espírito e probidade”. Blaise não é apenas um devoto submisso, é antes de tudo um pensador que procurou incansavelmente uma chave de interpretação para o mundo. 

 

Que Pascal tenha falado, ele também, na sombra de um Deus morto (o “dos filósofos e dos sábios”), não deram atenção suficiente (p.123).

 

Através da crítica à razão, Blaise atingiu em cheio o Deus perfeitíssimo de Descartes, a causa sui (causa de si mesmo) de Baruch … O que nos força a admitir que Blaise e Frederich foram portadores de uma mesma novidade ainda que em domínios diferentes: a saber, a da morte de Deus. 

 

NIETZSCHE, F. Sämtliche Werke, Kritische Studienausgabe, editado por Giorgio Colli e Mazzino Montinari. Deutscher Taschenbuch Verlag München, Walter de Gruyter, Berlim, 1967-77 (15 volumes).

 

PASCAL, B. Pensées Classiques Garnier, Paris, 1964. (Texto da edição Brunschvicg). Introdução e notas por Ch. M. de Granges.

 

SPINOZA, Baruch de. A Ética, in Os Pensadores. Ed. Abril, São Paulo, 1979.

 

 

 

 

 

LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 24/01/2024
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