LucianaFranklin

“A palavra é metade de quem a pronuncia, metade de quem a escuta” Michel de Montaigne

Textos

O Brasil o traía constantemente
Sempre foi um jovem inquieto e preocupado com o fato de que o Brasil o traía constantemente, tratando a todos como a "porca que devora sua prole". Havia poucas oportunidades sufocadas pelas altas taxas de impostos e políticos que não valiam tudo aquilo, fossilizadas por um moralismo ambivalente e esquizofrenizante, a nação era mantida por parasitas eleitos e facções criminosas, mas era o parasitismo pueril que alegrava o contribuinte durante o Carnaval, e que parecia ser o mais interessante que acontecia no país.

Ficava absolutamente maníaco quando via um fato nem tão inusitado assim, como sinônimo de arrogância e volúpia e depois anotava no seu caderno: "bodas do Brasil?"

Ser provinciano não significa sem cultura ou requinte do capital, muito menos ser estreito no pensamento, na cultura e no credo (T.S. Eliot). É algo além e mais triste para um lugar que se pretenda saudável.  Há uma distorção de valores, exclusão de alguns, exagero de outros, que resulta em padrões adquiridos em área restrita, confundindo o efêmero com o permanente.

No Brasil há um provincianismo do tempo, não do espaço, propriedade esta, que os mortos não partilham, e quem não estiver satisfeito pode se transformar em eremita.
LucianaFranklin
Enviado por LucianaFranklin em 10/03/2025
Alterado em 10/03/2025
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