A caridade pela metade

A escola encaminhou Gabriel para o psicólogo que o avaliou e encaminhou para UBS de referência: "nasceu por parto cesáreo, pós-termo, APGAR menor que 7 no 5º minuto de vida, anóxia neonatal. Apresenta atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (CID G80.8), linguagem infantilizada, desenvolvimento psicomotor aquém do esperado para idade, não usa talheres, só colher, não se alimenta com prato, apenas com panelas ou utensílios com bordas largas, não se alimenta na escola, preferindo o lanche enviado pela mãe com bolachas e iogurte, alguma desorientação auto e alo psíquica, não refere fatos pregressos sugerindo algum prejuízo na memória, baixa conservação de aprendizagens escolares, teste HTP aquém do esperado, com figura humana que sugere resposta intelectual de 3 anos de idade. Tendência a repetição da ação ad infinitum, até que a mãe faça o corte. Parece não compreender ordens, agindo como um bebê." Na UBS, o pediatra o encaminhou para fonoaudiólogo e psicólogo, mas não para o neuropediatra , porque demoraria mais de ano, sendo que a família deveria pagar um profissional particular para agilizar o processo, mas que na "Casa Espírita" tinha um profissional médico dessa área, filho da dona, que poderia fazer a consulta "de graça". A mãe entrou em contato com a "Casa Espírita" e essa informou que a família deveria procurar a Secretária de Saúde do município porque de nada adiantaria só a consulta se depois eles não poderiam pagar pelos medicamentos nem exames, e "sabe como é, se for particular, o SUS não atende depois". A família voltou ao psicólogo da escola relatando o ocorrido e este informou que faria novo encaminhamento, reforçando a urgência, ao que foi acolhido para nova avaliação médica, encaminhamento para a instituição TEACOLHE.

Cansei até de contar, mas ainda saio em defesa do SUS!