![]() os desprezadores do corpo"Ou seja, toda a tradição filosófica que se fez hegemônica na história da filosofia – faz do seu desprezar do corpo o seu verdadeiro prezar. Se é o corpo que manda, se é o corpo que administra a vida, então os que desprezam o corpo respondem apenas a um chamado de seu próprio corpo, que lhes pede para desprezá-lo. Os desprezadores do corpo têm, consequentemente, um corpo doente que implora pela própria negação. De onde vem, enfim, este desejo de desprezo? Certamente, não só em Nietzsche como também e sobretudo em Espinosa, o desprezo ao corpo é ação por excelência cristã. Não que o platonismo e suas derivações antigas e medievais não defendessem – desde antes do pensamento cristão – o abandono do corpo. Todavia, é com o cristianismo que o horror à escuta do corpo se fez arma política." DELEUZE, G. Espinosa – filosofia prática. Tradução: D. e L. Lins. São Paulo: Escuta, 2002, p. 23-24.
"Aos desprezadores do corpo tenho algo a dizer. O fato de desprezarem constitui o seu prezar. O que foi que criou o prezar e o desprezar, o valor e a vontade? O Si-mesmo criador criou para si o prezar e o desprezar, criou para si o prazer e a dor. O corpo criador criou para si o espírito, como uma mão de sua vontade". NIETZSCHE, F. Assim falou (sic) Zaratustra. Tradução: P. Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
"Apenas corpos vivos podem ser mortificados. Corpos mortos não estão aptos à experimentação do sofrimento". DELEUZE, Gilles. Espinosa: uma filosofia da liberdade. São Paulo: Moderna, 1995 LucianaFranklin
Enviado por LucianaFranklin em 08/07/2025
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