![]() Ilusão dispensávelNós não precisamos de religião, a religião não salvou ninguém. Temos religião porque esperamos que ela nos salve no futuro devido ao nosso medo do desconhecido. É uma loucura as pessoas acreditarem que não tínhamos moral antes da introdução do monoteísmo. Tudo o que é natural é moral porque a natureza é vida, e ao negarmos nossos instintos naturais, estamos realmente vivendo uma vida com propósito?
"(...) A igreja primitiva lutou, como se sabe, contra os "intelectuais", em nome daqueles que eram "pobres de espírito". A igreja combate a paixão extirpando-a, em todos os sentidos; sua prática, sua "terapia" é a castração. Ela nunca pergunta: "como se espiritualiza, embeleza, deifica um desejo?" -- sua disciplina sempre enfatizou a erradicação (erradicação da sensualidade, do orgulho, da ambição de dominar, da cobiça, da vingança). -- Mas arrancar as paixões pela raiz significa arrancar a vida pela raiz; a prática da Igreja é inimiga da vida." NIETZSCHE, 1996.
Em sua obra "O Futuro de uma Ilusão", Freud aborda a religião como uma ilusão dispensável, ou seja, uma crença que, embora possa trazer conforto e sentido à vida, não é necessária ao desenvolvimento saudável da psique humana e da sociedade. Ele argumenta que a religião surge do desejo humano de proteção e segurança, projetando a figura paterna em Deus para lidar com a angústia da existência e o sentimento de desamparo. No entanto, Freud propõe que a humanidade pode e deve amadurecer, buscando a verdade e a realidade, mesmo que dolorosas, em vez de se apegar a ilusões reconfortantes.
FONTE:
FREUD, Sigmund. O Futuro de uma Ilusão. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. 21. Rio de Janeiro: Imago, 1996
NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos Ídolos ou Como Filosofar com o Martelo. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
IMAGEM: LucianaFranklin
Enviado por LucianaFranklin em 28/07/2025
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