não é dizer que ele é irreal

O acosmismo, mantido em contraste ou equivalente ao panteísmo, nega a realidade do universo, vendo-o como, em última análise, ilusório e apenas o Absoluto infinito e não manifesto como real. 

O conceito de Maya na escola não-dual Advaita Vedanta do Hinduísmo é uma forma de acosmismo. Maya significa "ilusão, aparências". O universo é considerado Māyā, no entanto, isso não significa que o universo seja considerado irreal. Wendy Doniger explica: "dizer que o universo é uma ilusão (māyā) não é dizer que ele é irreal; é dizer, em vez disso, que ele não é o que parece ser, que é algo constantemente sendo feito. Māyā não apenas engana as pessoas sobre as coisas que elas pensam que sabem; mais basicamente, limita seu conhecimento a coisas que são epistemológica e ontologicamente de segunda categoria."

Na escola Vedanta do hinduísmo, o mundo percebido é Maya, que esconde a Realidade Absoluta e Última (Brahman). A mente humana constrói uma experiência subjetiva, afirma o Vedanta, o que leva ao perigo de interpretar Maya como a única e última realidade. Os vedantistas afirmam que "o mundo percebido, incluindo as pessoas, não é o que aparenta ser; há mais nelas do que suas formas físicas percebidas". Māyā é aquilo que manifesta e perpetua uma sensação de falsa dualidade (ou pluralidade divisional). Essa manifestação é real, mas ofusca e ilude os princípios ocultos e a verdadeira natureza da realidade. O Vedanta sustenta que a libertação é a realização e compreensão irrestritas desses princípios invisíveis, principalmente que o Eu individual (Alma) é o mesmo que o Eu nos outros e o Eu em tudo (Brahman).

FONTE:

Acosmismo Encyclopædia Britannica (2012)

Wendy Doniger O'Flaherty (1986), Sonhos, Ilusão e Outras Realidades, University of Chicago Press.

S. Radhakrishnan, A filosofia Vedanta e a doutrina de Maya , International Journal of Ethics, Vol. 24, No. 4

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