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Cada Leitor, um Spinoza
E este belo soneto de Sully Prud’homme exprime sentimentos de terna devoção*
Era um homem tão doce, de saúde frágil, Que de tanto polir os cristais de mil lentes, Pôs a essência divina numa fórmula ágil, E o mundo apavorado o viu como um descrente. O sábio demonstrou com um simples adágio Que tanto o bem quanto o mal são velhos dementes, E os mortais são fantoches que devem seu ágio Aos fios necessários de mãos descontentes. Admirador devoto da Santa Escritura, Não poderia ver um Deus contra a natura, Ao qual a sinagoga se opunha raivosa. Longe dela, polia os cristais de mil lentes, E socorria os sábios contando astros e entes. Era um homem tão doce, Bento de Espinosa. *Sully Prudhomme, em As sete cartas escritas em 1989 compõem o livro Cartas a Spinoza, Nise da Silveira, Francisco Alves, 1995. Cada Leitor, um Spinoza
LucianaFranklin
Enviado por LucianaFranklin em 04/08/2025
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