![]() Modulações por uma vida não fascistaAlgumas posturas e práticas atravessadas por violência, ressentimento e negatividade se fazem questão de como resistir a microfascismos e paixões tristes que se alojam em nossos corpos, discursos e práticas?
Como (re)conectar desejo e realidade, aspirando a uma força revolucionária e politicamente alegre com a possibilidade de um fazer-se militante imanente, vivido e experimentado a cada momento, aqui e agora, que além de solapar o presente, incita, provoca os outros a fazerem o mesmo. E olhando para sua introdução à vida não fascista, era esse o recado de Foucault?
Não estava ele nos incitando, nos indicando que cuidássemos de nós mesmos, ao perscrutar em nossos corpos as dobras do fascismo?
Não há lugar a se chegar. Não há um modo de ser, de se viver a ser atingido. O que podemos é dizer: apostando que há uma alegria enquanto potência de agir própria ao viver a vida de modo ético, isto é, inerente ao exercício de liberdade cotidiano através da infatigável prática do cuidado de si, de nós. E, nessa arriscada postura, talvez resida o mais autêntico elo entre desejo e realidade.
FONTE:
DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2010.
FOUCAULT, Michel. Prefácio - O Anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista (1977). Em: Ditos e escritos VI: Repensar a Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
Quadranti – Rivista Internazionale di Filosofia Contemporânea – Volume VI, nº 2, 2018 – ISSN 2282-4219 216.
IMAGEM:
LucianaFranklin
Enviado por LucianaFranklin em 22/08/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |